Quantos Elementos Da Tabela Periódica São Artificiais

A Tabela Periódica dos Elementos, um pilar fundamental da Química, organiza os elementos químicos conhecidos com base em suas propriedades atômicas e comportamento químico. Contudo, nem todos os elementos listados na tabela são encontrados na natureza. Um número significativo de elementos, referidos aqui como "quantos elementos da tabela periódica são artificiais", são sintetizados em laboratório através de reações nucleares. A compreensão da síntese e propriedades desses elementos artificiais expande o conhecimento científico sobre a estrutura nuclear e a estabilidade dos átomos, com implicações importantes em áreas como a física nuclear e a produção de isótopos para aplicações médicas e industriais.

Quantos Elementos Da Tabela Periódica São Artificiais

História da Tabela Periódica - Química - InfoEscola

Síntese de Elementos Transurânicos

A síntese de elementos artificiais, também conhecidos como elementos transurânicos (aqueles com número atômico maior que o do urânio), geralmente envolve o bombardeamento de núcleos atômicos com partículas, como nêutrons, prótons ou íons pesados, em aceleradores de partículas. Essas colisões induzem reações nucleares que podem resultar na fusão dos núcleos e na criação de um novo elemento. O processo é complexo e exige controle preciso das energias e intensidades dos feixes de partículas, além de técnicas sofisticadas para a separação e identificação dos novos elementos sintetizados. Um exemplo clássico é a síntese do plutônio (Pu, número atômico 94) durante o Projeto Manhattan, crucial para o desenvolvimento das primeiras armas nucleares.

Estabilidade e Decaimento Radioativo

A grande maioria dos elementos artificiais são instáveis e sofrem decaimento radioativo, transformando-se em outros elementos mais estáveis através da emissão de partículas alfa, beta ou radiação gama. A meia-vida desses elementos, o tempo necessário para que metade dos átomos de uma amostra se decay, varia amplamente, desde frações de segundo até milhões de anos. A compreensão dos modos de decaimento e das meias-vidas dos elementos artificiais é fundamental para prever seu comportamento e avaliar os riscos associados à sua produção e manipulação. Elementos como o amerício (Am, número atômico 95), usado em detectores de fumaça, possuem meias-vidas relativamente longas, o que permite suas aplicações práticas.

A "Ilha de Estabilidade"

A teoria prevê a existência de uma "ilha de estabilidade" em torno de certos números atômicos e de nêutrons, onde elementos superpesados (aqueles com número atômico significativamente maior que o do urânio) poderiam exibir uma estabilidade nuclear relativamente maior do que a observada em elementos transurânicos mais leves. A busca por elementos nessa "ilha" é um dos principais objetivos da pesquisa em física nuclear, pois poderia fornecer informações valiosas sobre as forças nucleares e a estrutura interna dos núcleos atômicos. Embora ainda não tenham sido sintetizados elementos com as propriedades exatas previstas, a descoberta de isótopos mais estáveis de elementos superpesados, como o fleróvio (Fl, número atômico 114), sugere que a "ilha de estabilidade" pode realmente existir.

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Aplicações e Implicações Científicas

A síntese de elementos artificiais, além de seu valor fundamental para a ciência, possui aplicações práticas em diversas áreas. Isótopos radioativos de elementos artificiais são utilizados em medicina para diagnóstico e tratamento de doenças, em indústria para rastreamento de processos e em pesquisa para datação de materiais. Além disso, o estudo das propriedades dos elementos artificiais permite testar modelos teóricos da estrutura atômica e nuclear, contribuindo para o avanço do conhecimento científico. A descoberta de novos elementos também desafia os limites da tabela periódica e estimula a busca por novas aplicações e tecnologias.

É difícil estabelecer um número exato e definitivo, pois a fronteira entre elementos artificiais e traços de elementos naturais em condições muito específicas pode ser tênue. No entanto, geralmente se considera que todos os elementos transurânicos a partir do netúnio (número atômico 93) são predominantemente artificiais, embora traços de alguns, como o plutônio, possam ser encontrados em minérios de urânio. Isso eleva o número para cerca de 25 a 30 elementos, dependendo da interpretação.

Atualmente, o elemento com o maior número atômico sintetizado é o oganesson (Og, número atômico 118). Foi sintetizado pela primeira vez em 2002 e confirmado posteriormente em 2015. É um elemento superpesado altamente radioativo com uma meia-vida extremamente curta.

A síntese de elementos superpesados exige energias elevadas e técnicas de separação e identificação extremamente sofisticadas. Além disso, esses elementos são altamente instáveis e possuem meias-vidas muito curtas, o que dificulta a realização de experimentos para determinar suas propriedades químicas e físicas. A disponibilidade de isótopos adequados para bombardeamento também é uma limitação.

A "ilha de estabilidade" representa uma região hipotética na tabela periódica onde elementos superpesados poderiam exibir uma estabilidade nuclear relativamente maior do que a observada em outros elementos transurânicos. A descoberta de elementos nessa "ilha" teria implicações profundas para a compreensão das forças nucleares e da estrutura interna dos núcleos atômicos, além de abrir novas possibilidades para aplicações tecnológicas.

Isótopos radioativos de elementos artificiais são amplamente utilizados em medicina para diagnóstico e tratamento de diversas doenças. Por exemplo, o tecnécio-99m (Tc-99m) é utilizado em exames de imagem para detectar problemas cardíacos, ósseos e pulmonares. O cobalto-60 (Co-60) é utilizado em radioterapia para o tratamento de câncer. A escolha do isótopo depende de suas propriedades de decaimento, como a energia da radiação emitida e a meia-vida.

Sim, a produção e manipulação de elementos artificiais envolvem riscos associados à exposição à radiação. É fundamental que as instalações de pesquisa e produção sigam rigorosos protocolos de segurança para minimizar a exposição dos trabalhadores e do meio ambiente à radiação. O descarte adequado de resíduos radioativos também é uma preocupação importante.

Em conclusão, a síntese e o estudo dos elementos artificiais representam um campo de pesquisa vibrante e crucial para o avanço do conhecimento científico. A exploração da tabela periódica além dos elementos encontrados na natureza não apenas expande nossa compreensão da estrutura nuclear e das forças fundamentais da natureza, mas também abre novas possibilidades para aplicações tecnológicas em áreas como medicina, indústria e energia. O futuro da pesquisa nessa área envolve a busca por elementos mais pesados e estáveis, a exploração da "ilha de estabilidade" e o desenvolvimento de novas técnicas de síntese e caracterização de elementos superpesados.

Author

Asluna

Movido por uma paixão genuína pelo ambiente escolar, trilho minha jornada profissional com o propósito de impulsionar o desenvolvimento integral de cada aluno. Busco harmonizar conhecimento técnico e sensibilidade humana em práticas pedagógicas que valorizam a essência de cada indivíduo. Minha formação, consolidada em instituições de prestígio, somada a anos de experiência em sala de aula, me capacitou a criar percursos de aprendizagem pautados em conexões autênticas e na valorização da expressão criativa - mag2-dev.vamida.at.